O porto de Santos, no litoral de São Paulo, pretende disponibilizar cerca de 150 mil metros quadrados para novos estacionamentos rotativos para caminhões. Segundo a SPA (Santos Port Authority), serão abertas cinco áreas: quatro na margem direita, na região de Santos, e uma na área esquerda do porto, na área do Guarujá.
A autoridade portuária fará no primeiro trimestre de 2021 um chamamento público para ofertar a exploração desses locais por terceiros, que deverão prover infraestrutura para os caminhoneiros.
Hoje, essas áreas, que equivalem a cerca de 18 campos de futebol, em sua maioria estão invadidas.
Estacionamentos privados cobram em torno de R$ 600 por mês, relatam caminhoneiros. O motorista Vinicius Fragoso Monteiro, 39, diz que quem não pode pagar fica sujeito a multa em áreas de parada proibida, além de assaltos.
Após meses de baixa produtividade por causa da pandemia, caminhoneiros vivenciam uma alta de fretes e novos pedidos, devido à retomada da atividade industrial no país e às encomendas via comércio eletrônico.
“Temos companheiros que ficaram até 90 dias em casa, alguns perderam os seus caminhões, mas agora melhorou”, afirmou o caminheiro José Edgar de Souza, 39.
“O fluxo de cargas voltou a crescer agora, então a fila também aumentará nesse fim de ano”, disse Alexsandro Viviani, presidente do Sindicam (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos).
O porto, porém, descarta esse risco e afirma que não há filas na cidade desde 2014, quando foi adotado um sistema de agendamento. Desde então, segundo a SPA, nenhum terminal portuário recebe mais que sua capacidade de atendimento.
A Prefeitura e a Ecovias, concessionária que administra a rodovia de acesso aos terminais, afirmaram que não há filas em Santos.
Os terminais privados, por sua vez, vão bancar uma reforma de R$ 750 mil no píer 1 (margem direita) para tentar desafogar a fila recorrente de navios.
Em outubro, embarcações que transportam granéis líquidos chegaram a esperar 22 dias para poder desembarcar com suas cargas no cais do lado direito, na Alemoa. Por sobrestadia, multa cobrada por exceder o tempo de permanência em um porto, algumas empresas deixaram a cidade como rota logística.
O porto bateu recorde de movimentação no mês passado, com 4,3 milhões de toneladas de cargas conteinerizadas.
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