Brasília – Os últimos dados relativos ao comércio entre Brasil e Índia no primeiro quadrimestre do ano mostram que os dois países avançam em direção ao cumprimento de uma meta lançada em janeiro de 2020 pelo Cônsul-Geral da Índia em São Paulo, Amit Mishra, que afirmou, ao acompanhar a visita do presidente Jair Bolsonaro a Nova Délhi, que o governo indiano tem o objetivo de duplicar o intercâmbio comercial com o Brasil nos próximos cinco anos, estreitar parcerias em áreas como bioenergia e atrair mais investimentos brasileiros para o seu país.
Na oportunidade, Amit Mishra declarou que “o intercâmbio de US$ 8,2 bilhões (de acordo com dados do governo indiano e de US$ 7,052 bilhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia brasileiro) não faz justiça ao comércio entre a quinta e a nona (àquela época) economias do mundo”.
Os dados da Secex mostram que um aumento relevante já vem sendo registrado na corrente de comércio entre os dois países nestes quatro primeiros meses do ano. No período, as exportações brasileiras tiveram uma alta consistente de 23,6% em comparação com o primeiro quadrimestre de 2020, e totalizaram US$ 1,276 bilhão.
Já as vendas indianas para o Brasil tiveram um aumento ainda maior, da ordem de 25,9% e alcançaram a marca de US$ 1,868 bilhão. No período, a balança comercial bilateral proporcionou à Índia um superávit de US$ 592 milhões e a corrente de comércio (exportação+importação) totalizou US$ 3,146 bilhões.
Mantido esse ritmo de crescimento das trocas bilaterais, o intercâmbio brasileiro-indiano poderá fechar 2021 com um volume de negócios superior a US$ 9 bilhões, bem acima do total registrado nos últimos seis anos e inferior, em toda a série histórica iniciada em 1997, apenas ao recorde de 2014, quando o fluxo de negócio entre os dois países totalizou US$ 11,428 bilhões.
Além de aumentar o volume das exportações para a Índia, autoridades do governo brasileiro ligadas ao comércio exterior defendem uma maior diversificação da pauta exportadora direcionada ao país asiático, fortemente concentrada em produtos de menor valor agregado.
De acordo com a Secex/Ministério da Economia, de janeiro a abril, os cinco principais produtos embarcados pelas empresas brasileiras para a Índia foram petróleo (US$ 607 milhões), ouro não monetário (US$ 151 milhões), gorduras e óleos vegetais (US$ 119 milhões), açúcares e melaços (US$ 105 milhões) e minérios de cobre (U$ 29 milhões).
Por sua vez, as exportações indianas para o Brasil têm um perfil diametralmente oposto e se concentram quase exclusivamente em produtos industrializados, responsáveis por 99% dos embarques para o Brasil. Os destaques das exportações indianas entre janeiro e abril foram: composto organo-inorgânicos (US$ 268 milhões), óleos combustíveis (US$ 237 milhões), inseticidas, redenticicas, fungicidas, herbicidas (US$ 187 milhões), outros medicamentos (US$ 115 milhões) e fios têxteis (US$ 100 milhões).
Nos conheça melhor: https://globalgsl.com.br