Brasília – Após atingir em 2020 a mais baixa marca dos últimos 11 anos, o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos vem se recuperando graças, principalmente, a uma forte expansão das exportações brasileiras, que até o último mês de maio cresceram 25,5%, comparativamente com os cinco primeiros meses do ano passado, totalizando US$ 10,671 bilhões. Em contrapartida, as vendas americanas tiveram uma alta bem mais modesta, da ordem de 1,5% para US$ 13,485 bilhões.
A corrente de comercio (exportações+importações) registrou um incremento de 10,9%, totalizando US$ 24,163 bilhões. No período, os Estados Unidos obtiveram um superávit de US$ 2,807 bilhões nas trocas comerciais com o Brasil. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
O ano de 2020 foi marcado por uma profunda contração do comércio bilateral. As exportações brasileiras caíram 27,8%, totalizaram US$ 21,471 bilhões e, em termos absolutos, os Estados Unidos foram o parceiro mais afetado entre os principais sócios comerciais do Brasil. Por outro lado, as exportações americanas caíram 19,8% comparativamente com 2019, totalizando US$ 27,876 bilhões. Ano passado, o fluxo de comércio bilateral totalizou US$ 49,347 bilhões e gerou um superávit de US$ 6,405 bilhões em favor dos americanos.
Ao analisar os dados do comércio bilateral em 2020, o vice-presidente executivo da Amcham Brasil, Abraão Neto, destacou que “o comércio entre Brasil e Estados Unidos é formado sobretudo por produtos de maior valor agregado, os mais afetados pela crise mundial. Os efeitos negativos provocados pela pandemia e a queda do preço internacional do petróleo ajudam a entender a contração das trocas comerciais bilaterais em 2020”.
A situação de queda consistente nas trocas bilaterais começou a ser revertida no último trimestre do ano passado, quando foi registrada a menor taxa de contração das exportações brasileiras para os Estados Unidos no ano (-16,9%) apontando para uma trajetória de recuperação em 2021.
Em maio, a recuperação que já vinha se confirmando nos primeiros meses deste ano, ganhou consistência e entre os cinco principais produtos da pauta exportadora brasileira para os Estados Unidos, apenas um, demais produtos da indústria de transformação, finalizou os cinco primeiros meses do ano em queda, com uma retração de -24% para US$ 433 milhões.
Os demais produtos fecharam o período com altas consistentes: produtos semiacabados de ferro ou aço (alta de 78,0% para US$ 1,78 bilhão), petróleo (+26,7% e receita de US$ 733 milhões), aeronaves (aumento de 75,6% para US$ 557 milhões) e café não torrado (alta de 14,8% e receita no montante de US$ 460 milhões).
Do lado americano, também um só produto do ranking dos cinco itens principais embarcados para o Brasil teve redução de receita, os óleos combustíveis, com uma retração de -13% para US$ 2,4 bilhões. Os outros quatro itens apresentaram altas consistentes: motores e máquinas não-elétricos (US$ 900 milhões e alta de 17%), gás natural (aumento de 752% para US$ 760 milhões), demais produtos da indústria de transformação (aumento de 4,69% e receita no montante e US$ 590 milhões) e aeronaves (forte alta de US$ 108% para US$ 470 milhões).
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