Genebra – O comércio mundial de serviços deve crescer com a digitalização e o comércio eletrônico, e a importante feira chinesa que começou nesta sexta-feira (4) fornecerá uma plataforma para mais cooperação internacional neste campo, disse uma funcionária da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Chai Xiaolin, diretora da Divisão de Comércio em Serviços e Investimentos da OMC, disse que a Feira Internacional de Comércio de Serviços (CIFTIS) da China 2020, que ocorre em Beijing de 4 a 9 de setembro, reforçará ainda mais o papel dos serviços globais e o comércio de serviços.
“A iminente CIFTIS é um esforço substancial e tremendo da China, já que não é apenas uma reunião internacional de grande importância e magnitude, mas também a primeira do tipo a ser realizada desde o início da pandemia da COVID-19”, disse Chai à Xinhua em uma recente entrevista por escrito.
A CIFTIS 2020, uma das maiores feiras abrangentes do mundo para o comércio de serviços, tem eventos online e offline devido à situação global da pandemia.
Sob o tema “Serviços Globais, Prosperidade Compartilhada”, a CIFTIS 2020 realizará 190 fóruns e terá mais de 17 mil empresas presentes. Durante a feira, também serão lançados uma série de relatórios e aplicações de novas tecnologias.
“No longo prazo, a CIFTIS continuará a promover os serviços e o comércio de serviços como contribuintes chave para a recuperação econômica mundial e o desenvolvimento do comércio mundial”, disse Chai.
Futuro do comércio de serviços
Chai disse que o futuro do comércio de serviços será moldado por quatro tendências: digitalização, aumento da renda, desenvolvimento demográfico e mudança climática.
“A digitalização está materializando ainda mais o potencial para o fornecimento transfronteiriço de serviços. O comércio de serviços relacionado ao comércio eletrônico agora assumiu uma parcela crescente do comércio mundial de serviços”, observou.
De acordo com os dados do Banco Mundial, a indústria de serviços representa 65% do produto interno bruto (PIB) mundial. Na China, os serviços também representam uma parcela crescente de seu PIB e atualmente respondem por 54% da produção do país.
“Desde 2005, o comércio de serviços vem crescendo anualmente (5,4%) mais rápido do que o de bens (4,6%), atingindo US$ 13,3 trilhões em 2017”, escreveu ela, citando o último Relatório Anual de Comércio Mundial da OMC.
“Essas tendências levarão a mudanças na forma como o comércio é feito, com mais comércio realizado digitalmente, mudança nos padrões de consumo, bem como aumento da demanda por serviços relacionados à saúde e ao meio ambiente”, disse ela.
Papel da China
Chai disse que sediar o evento durante a pandemia COVID-19 mostra a importância que a China atribui à cooperação internacional.
“A CIFTIS servirá como uma importante plataforma para melhorar a compreensão sobre o papel dos serviços e do comércio de serviços como a espinha dorsal da economia, fortalecer o diálogo e a coordenação de políticas, fornecer facilitação de comércio e investimento para as comunidades empresariais”, escreveu ela.
Em abril, a OMC previu que o comércio mundial despencará de 13% a 32% em 2020, pois a pandemia COVID-19 interrompe a atividade econômica normal e a vida em todo o mundo.
Deve haver uma recuperação do comércio em 2021, mas depende da duração do surto e da eficácia das respostas políticas, alertou o órgão de comércio global.
“A OMC continuará a desempenhar um papel indispensável na formulação de regras multilaterais para responder ao apelo do mercado internacional e ao crescimento econômico global sustentado”, disse Chai.
“A China é um membro importante da OMC e, com sua rica experiência em um mercado de serviços e setor de comércio eletrônico em rápido crescimento, tem sido muito ativa nas discussões e negociações da OMC sobre comércio eletrônico, regulação doméstica de serviços e facilitação de investimentos para o desenvolvimento com propostas e contribuições concretas para fazer avançar o processo de elaboração de regras”, observou ela.
(*) Com informações da Agência Xinhua